18 de jun. de 2012

Laboratório Nacional de Astrofísica fala sobre Poluição Luminosa na Rio+20

(JC) Durante a Rio+20, o LNA pretende alertar ao público sobre os problemas causados pela poluição luminosa e, assim, contribuir para a construção de um desenvolvimento sustentável para o planeta.

Toda a iluminação artificial utilizada de modo excessivo e inapropriado para o seu objetivo provoca a chamada 'poluição luminosa'. Essa forma de poluição traz sérias consequências ambientais, afeta a nossa saúde e constitui um prejuízo econômico significativo para todos os cidadãos. Portanto, é necessário aprender a identificá-la e combatê-la.

Do ponto de vista econômico, toda a luz direcionada acima da linha do horizonte é, única e exclusivamente, energia elétrica desperdiçada. Medidas simples de escolha de luminárias e lâmpadas para a iluminação externa e seu correto posicionamento em relação ao solo são suficientes para conter e até reverter os efeitos da poluição luminosa, além de diminuir os gastos da administração pública com o sistema de iluminação a médio prazo.

Em relação à saúde e ao impacto social, é comprovado o efeito da poluição luminosa no aumento da incidência e desenvolvimento de alguns tipos de câncer. Afetando uma parcela mais ampla da população, o ofuscamento pode promover cansaço visual, causando sonolência, dor de cabeça e stress. A luz excessiva é causa bem estabelecida de acidentes de trânsito. Além disso, ao contrário do senso comum, o excesso de iluminação irracional não representa diminuição nos índices de criminalidade, uma vez que a dá a falsa sensação de segurança, diminuindo a cautela das pessoas e facilitando rotas de fuga. No meio ambiente, a iluminação excessiva afeta os ciclos migratórios, alimentares e reprodutivos de diversas espécies de animais. Altera o período de floração de plantas, comprometendo o balanço natural na produção de frutos e de outros alimentos.

Em particular, a poluição luminosa está eliminando a possibilidade de observação do céu noturno para a maior parte da população mundial, cujo direito à luz das estrelas é tema da 'Declaração de La Palma', assinada pela Unesco, União Astronômica internacional, entre outras organizações internacionais (http://www.starlight2007.net/pdf/StarlightDeclarationEN.pdf). A luz artificial inapropriada ainda compromete o alto investimento em Observatórios Astronômicos profissionais, limitando nossas possibilidades de explorar o Universo.

Pretendemos incluir a discussão sobre poluição luminosa na agenda da Rio+20 através da montagem de um estande e da apresentação do documentário longa-metragem 'The City Dark', de Ian Cheney (2011, EUA, 84 min, legendado em português, www.thecitydark.com). É nossa expectativa que as cidades, estados e países compreendam a necessidade de legislações específicas para minimizar os malefícios da má iluminação artificial externa. Além disso, todo cidadão pode tomar atitudes individuais e simples para ajudar a combater o problema.

Veja mais em: www.popciencia.org.br.
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E mais:
Anote na agenda (Ciência Hoje)

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