9 de ago. de 2017

Núcleo de Astronomia amazônico completa dez anos de atividades


(SBF) Na Universidade Federal do Pará, um grupo de professores e alunos está construindo uma longa história de sucesso na disseminação do conhecimento científico no coração da Amazônia. Para tanto, eles fazem uso do maior e mais democrático laboratório jamais visto: o céu.

O NASTRO, acrônimo para Núcleo de Astronomia, foi fundado em 2006, a partir de um clube de astronomia que havia se constituído na UFPA no ano anterior, e sua primeira década de existência acaba de ser registrada em um artigo publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF), uma publicação da Sociedade Brasileira de Física.

"O núcleo amadureceu muito nestes últimos anos", conta Luís Carlos Bassalo Crispino, coordenador do NASTRO, pesquisador da Faculdade de Física da UFPA e co-autor do novo trabalho, assinado em parceria com Jocasta Caldas e Rodrigo Rocha de França, da mesma instituição.

"De um lado, mantemos grande parte das propostas originais, como as aulas gratuitas preparatórias para a OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia). Nessas aulas, atendemos basicamente a comunidade do entorno da UFPA, atingindo, portanto, principalmente alunos em faixa de vulnerabilidade sócio-econômica. Esta atividade nos dá uma satisfação diferenciada", completa Crispino, destacando que o desempenho dos alunos na OBA vem melhorando ano a ano.

Segundo Crispino, foi uma longa jornada de aprendizado e desenvolvimento na última década. "Começamos basicamente só com material de baixo custo, e contamos hoje com um conjunto expressivo de equipamentos industrializados, incluindo uma boa variedade de telescópios, que nos permite realizar eventos significativos."

O coordenador lembra como um momento especial o trânsito do planeta Mercúrio pelo disco do Sol, ocorrido em 2016. "Promovemos observações ao lado do tradicional Mercado do Ver-o-Peso, em Belém, quando centenas de pessoas de diversas faixas etárias e de diferentes níveis sócio-econômicos puderam ter uma experiência única de observação astronômica em suas vidas."

Levar mais ciência às populações amazônicas é fundamental. A região apresenta um dos menores IDHs do Brasil e do mundo, e o IDEB associado à Amazônia também é alarmante. "Só isso já faz com que atividades de difusão e popularização de ciência e tecnologia tenham importância estratégica para o país", diz Crispino.

Olhando adiante, o pesquisador destaca que há muitos desafios a serem vencidos, sobretudo pelas dificuldades de acesso a alguns municípios e a enorme extensão territorial. "Há povoados que só podem ser visitados com barcos", afirma. "O NASTRO tem enfrentado esses desafios com perseverança e entusiasmo."

Para ler o artigo completo (em inglês), clique aqui.

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